Os avanços tecnológicos dos últimos anos promoveram uma melhoria exponencial nas condições de vida. Contudo, para participar ativamente desse desenvolvimento dinâmico, é crucial adquirir constantemente competências e habilidades em prazos cada vez mais curtos.

Vivemos em um mundo em constante transformação, e as modernas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) aceleram essas mudanças. Estima-se que metade dos empregos atuais desaparecerá em 20 anos, com a Inteligência Artificial (IA) e automação desempenhando papéis cada vez mais significativos.

Desse modo, a habilidade de trabalhar com TICs será tão essencial quanto a capacidade de ler, escrever ou comunicar-se em inglês. O ciclo de vida de produtos e negócios continuará a encurtar, tornando imperativo o aumento na velocidade de aprendizado para atender à crescente demanda por novos conhecimentos.

Se por um lado, várias das funções que estão atualmente disponíveis no mercado vão deixar de existir. Surgirá toda uma nova gama de atribuições em cima de aplicações das TICs. Embora nós ainda não sabemos quais serão as atividades que vão aparecer, uma coisa é certa:

“Os empregos do futuro serão construídos em cima de uma sólida base matemática.”

Por baixo de toda essa inovação em IA residem conhecimentos avançados em matemática. A informática em si é diretamente ligada à matemática e todos os cursos de engenharia são formações técnicas em torno do ferramental matemático.

Mas você pode pensar: “E quanto aos empregos que apenas farão uso das ferramentas, não precisarei trabalhar na infraestrutura, posso apenas dizer para os robôs o que eu quero e eles vão trabalhar para mim.”

Acontece que mesmo os empregos que comumente chamamos de “profissões na área de humanas” (Vendas, Pedagogia, Administração, Ciências Sociais, Direito, etc.) serão cada vez mais dependentes de habilidades matemáticas. Os relatórios de vendas, por exemplo, serão cada vez mais complexos e aqueles que souberem análisar os dados e encontrar insights terão uma vantagem significativa frente aos que ficarem para trás.

Se ainda assim você não está convencido, perceba que as funções com menos escolarização serão desempenhadas por máquinas e as tarefas desempenhadas por humanos serão cada vez mais de cunho abstrato (o que é essencialmente uma habilidade matemática). Além disso, após 12 anos de estudo boa parte das pessoas não percebe que o pensamento computacional, sistematização lógica, criação de estratégias, generalização e metrificação de resultados são atividades inerentemente matemáticas. Isto por si só demonstra o quanto precisamos de uma transformação radical no ensino de matemática.

Precisamos que nossos alunos passem a ver a matemática como algo útil e que eles consigam operar com a matemática de forma satisfatória no dia a dia. Em vez de decorar fórmulas que não fazem sentido algum na cabeça deles, é urgente focarmos no desenvolvimento competências que agreguem valor à sociedade e permitam a emancipação individual.

Assim como toda revolução, aqueles que não estiverem preparados serão obliterados socialmente. Se não fizermos nada a respeito, iremos nos deparar com uma grande massa de desempregados em conjunto com uma forte demanda por profissionais qualificados. De um lado, teremos pessoas precisando fortemente de uma renda e, do outro, organizações que não encontram profissionais suficientes para atender a sua demanda. Para resolvermos esse dilema, precisaremos de formas educacionais bem mais eficientes, para fazer as pessoas aprenderem mais, melhor e em menor tempo.